Pouca gente sabe, mas o diagnóstico e o tratamento da tuberculose estão disponíveis na rede pública de saúde. A doença ainda mata muito no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, estado com o maior número de incidência de casos de Tuberculose no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. A falta de informação certamente contribui para que, até hoje, a população desconheça ações de prevenção e cura. Porque, ainda que mate, tuberculose tem cura.
Em Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense e segundo do estado em número total de casos registrados, um grupo de nove agentes de saúde tenta mudar ou, ao menos, amenizar essa realidade. Elas fazem parte do Instituto Vila Rosário, projeto social da Fundação Ataulpho de Paiva (FAP), único fabricante no Brasil da vacina BCG. As agentes levam informação e conhecimento sobre a doença a aproximadamente 25 mil pessoas e auxiliam no tratamento à tuberculose, dando apoio ao doente e à família.
O trabalho de ação social desenvolvido no Vila Rosário consiste na busca ativa de casos e redução do abandono do tratamento da tuberculose. As agentes de saúde, funcionárias da FAP, atuam e residem na comunidade que dá nome ao projeto, visitando domicílios, traçando o perfil social e de saúde dos habitantes, dando orientação, aconselhamento, além de acompanhar o tratamento e a evolução das ocorrências de tuberculose e de tuberculose associadas a outras doenças como AIDS, por exemplo.
Nas visitas domiciliares, os agentes enfatizam as medidas para estimular a adesão do doente e do núcleo familiar ao tratamento da tuberculose. Orientam a família sobre como evitar o contágio e como proceder diante do agravamento ou melhora do quadro: é comum, por exemplo, o abandono após os primeiros sinais de melhora.
Eles também supervisionam a tomada de medicamentos e orientam a família e o paciente no encaminhamento dos casos para unidades públicas de saúde, entre outros aspectos que envolvem a saúde da família.
Com o projeto, o houve uma redução de na incidência de casos de tuberculose na região, que passaram de 160 casos por 100 mil habitantes para 100 casos por 100 mil habitantes. É um número ainda elevado, mas que mostra a importância do trabalho realizado pelo instituto. Vencendo o preconceito, levando afeto, carinho e compreensão a muitas pessoas que chegam a estar desenganadas até pela própria família. Um trabalho quase anônimo, silencioso, mas que salva todos os anos milhares de vidas.