Cuidados para exames de tuberculose


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Provocador naturalmente do nojo das pessoas, o catarro é valioso para exames a fim de detectar a tuberculose ou como vai o tratamento da doença. Expelido por meio da árvore brônquica – conjunto formado pelos dois brônquios principais situados fora dos pulmões e pelas ramificações deles nos dois pulmões –, suas amostras devem ter essencialmente tratamento adequado na coleta, armazenagem, conservação e transporte para os exames baciloscópicos diretos do escarro, que possibilitam a descoberta das fontes de infecção de tuberculose pulmonar e laríngea.

O ideal é o recolhimento de 5ml a 10ml de catarro mucopurulento, obtidos depois do esforço da tosse –  e não da faringe ou por aspiração de secreções nasais – para garantir êxito na efetivação da baciloscopia com a identificação dos Bacilos-Álcool-Ácido-Resistentes (BAAR). Há a recomendação para a coleta de duas amostras de escarro, uma na primeira consulta e outra logo após o despertar pela manhã, independentemente do que constar na primeira. A primeira amostra coletada acontece quando o paciente procura a rede de atendimento de saúde, sem que haja necessidade de jejum, e a segunda na manhã do dia seguinte assim que o paciente despertar e em jejum.

 O exame ocorre pela primeira vez quando há tosse seca inicialmente e, depois, com expectoração por duas a três semanas quando ocorre a suspeita clínica. Agrega-se o fato de ter tido contato, intradomiciliar ou não, com portador de tuberculose. Outros sintomas são febre vespertina, perda de peso, suor noturno, dor torácica, dispneia e astenia, histórico de tratamento anterior para tuberculose e presença de fatores de risco para o desenvolvimento da doença (HIV, diabetes, câncer e etilismo).

Existe um passo a passo para a coleta, a começar por material adequado ao recolhimento de material.  De acordo com o “Manual Técnico para o Controle da Tuberculose” – Caderno de Atenção Básica número 6, do Ministério da Saúde, a coleta deve acontecer em pote plástico descartável, de boca larga (50mm de diâmetro), transparente, com tampa de rosca de 40mm e capacidade entre 35 e 50ml. No corpo dele, e não na tampa, devem estar escritos, com fita gomada ou caneta para retroprojetor, nome do paciente e local da coleta. É fundamental tampá-lo bem e envolvê-lo em saco plástico, fechado com um nó, e deixando a tampa para cima. Na amostra, não deverá ter resíduos alimentares e/ou de medicamentos e/ ou substâncias químicas.

Segundo o manual, as amostras devem ser coletadas em local aberto, de preferência ao ar livre ou em sala bem arejada. O transporte do pote com o material recolhido precisa acontecer duas horas do momento da coleta, caso contrário, existe a necessidade de acondicioná-lo em geladeira específica para materiais biológicos com temperatura de 2º a 8º C até a entrega na unidade de saúde ou laboratório, de preferência no mesmo dia da coleta. Recomenda-se muito cuidado com a luz solar.

Diversos esclarecimentos para a segunda coleta são passados por profissional de saúde capacitado, como as relativas à importância dos exames para os clientes, à necessidade de seguir os passos da coleta e sobre a higiene deles antes da coleta. As orientações compreendem a ingestão do maior volume possível de água (oito copos no mínimo) durante a noite anterior ao dia da coleta, jejum, a lavagem das mãos e higienização da cavidade oral com água e muitos bochechos (sem uso de creme dental ou soluções antissépticas para gargarejo). Também pede para que o paciente inspire profundamente, retenha o ar por alguns segundos e expire por três vezes para em seguida tossir. Logo, o paciente deve expelir o catarro dentro do pote, evitando colocar a mão na parte de dentro pelo risco de contaminação.

Conforme o manual, dentro da unidade de saúde, durante todo o período de atendimento de sintomáticos respiratórios ou de casos que ainda têm baciloscopia positiva, o profissional de saúde deve usar a máscara de proteção respiratória (N95 ou PFF2).