O sabor agradável de novo medicamento deve facilitar a adesão ao tratamento de tuberculose das crianças, que até então só contavam com remédios de gostos insuportáveis para adultos e reduzidos cada um à metade, a fim de torná-los mais fracos. É solúvel e tem de morango e amora. A novidade foi divulgada pelo site noticioso “Voz da América” (Voa) após anunciado em dezembro na 46ª Conferência Mundial da União de Tuberculose e Saúde Pulmonar na Cidade do Cabo, África do Sul. O medicamento foi produzido com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional e outros organismos globais. Cerca de um milhão de crianças estão contagiadas pela tuberculose em todo o mundo, a maioria nos países com grandes problemas socioeconômicos.
Dar remédios para crianças sempre foi exercício que requer paciência por parte dos responsáveis, pois existe forte tendência dessas relutarem à base de muita pirraça, caretas, berros desesperados, choros e cusparadas que resultam em desperdício dos medicamentos. Muitas vezes, elas percebem na prática o bem que a terapêutica lhe traz, e esse inclusive torna-se o argumento ideal para convencê-las. Mas principalmente as menores não têm tal discernimento, e por isso mesmo há quem apele para algum líquido de bom sabor junto dos remédios, caso possível. Já a indústria se mobiliza para amenizar o dissabor infantil em relação aos remédios. Nos Estados Unidos, por exemplo, faz medicamentos que se parecem com balas, pirulitos, sorvetes e até chocolate.
Quanto à tuberculose infantil, a melhor iniciativa consiste em prevenir por meio de vacinação com BCG, produto cuja primeira aplicação ocorreu em 1921 em Paris e que no Brasil conta com a produção da Fundação Ataulpho de Paiva (FAP). Indicada para crianças de zero a quatro anos, até um ano há no Brasil obrigatoriedade de aplicação da BCG para crianças acima de dois quilos — em pesagens menores deve se esperar atingir o peso ideal ou um mês de idade. Como bem ressaltou grande campanha publicitária da Associação Médicos do Mundo, é melhor fazer uma criança chorar para salvar-lhe a vida.