Relevantes mudanças no tratamento de tuberculose


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O Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil teve duas alterações recentes relacionadas ao tratamento da tuberculose no Brasil para pessoas com 10 anos ou mais, executado pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) / Ministério da Saúde (MS). A expectativa é de melhor sucesso terapêutico e  redução de casos da multirresistência (resistência a Rifampicina + Isoniazida).

Para isso, o MS decidiu pela introdução do etambutol como quarto fármaco na fase intensiva do tratamento (dois primeiros meses) do esquema básico e da apresentação em comprimidos, ao invés de cápsulas, com dose fixa combinada de quatro fármacos (4 em 1) para fase intensiva do tratamento. Os comprimidos são formulados com doses reduzidas de Isoniazida e Pirazinamida em relação às atualmente usadas no Brasil.

A justificativa de opção pelo etambutol deve-se à constatação do aumento da resistência primária à Isoniazida associada à Rifampicina (de 1,1 para 1,4%. De acordo com o MS, o esquema básico com quatro fármacos é mundialmente utilizado com excelentes resultados, principalmente pela maior adesão ao tratamento. Quanto à mudança na apresentação dos fármacos, o MS considera, sobretudo, o fato de a redução do número de comprimidos propiciar mais conforto ao paciente, a impossibilidade de tomada isolada de fármacos e a simplificação da gestão farmacêutica em todos os níveis.

Todas as alterações no tratamento e a disponibilização das novas apresentações se darão conforme metodologia de trabalho e cronograma estabelecidos entre o PNCT e os estados, e haverá estudos clínicos para se conhecer o impacto do novo tratamento na população. Também estão previstas mudanças no acompanhamento do sistema de informações, retratamento de casos e tratamento para tuberculose resistente. As formulações individualizadas para utilização em esquemas especiais continuarão a ter medicações disponíveis.