A vacina BCG (Bacilo de Calmette-Guérin) tem o objetivo de combater a meningite tuberculosa e formas pulmonares e disseminadas da doença, atuando na prevenção através da ativação do sistema imunológico, o que evita que a bactéria se instale no organismo.
O produto é desenvolvido a partir da cepa Moreau RJ, considerada uma das mais imunogênicas e com menor índice de reação, em relação a outras cepas de BCG. Normalmente, a vacina é aplicada em bebês recém-nascidos, mas indivíduos de qualquer idade podem ser vacinados.
Os primeiros ensaios com vacinação BCG no Brasil iniciaram em maio de 1925, com a administração de uma cultura de bactéria, presenteada ao professor Arlindo de Assis pelo Doutor J.E. Moreau, bacteriologista uruguaio. Arlindo de Assis entrou para a instituição em 1927 e foi um dos mais renomados pesquisadores na área de vacinas contra a tuberculose da época. Publicou dezenas de trabalhos sobre novas metodologias de imunização com o BCG oral, sendo homenageado por suas conquistas no Brasil e no exterior. É reconhecido até hoje, quase 50 anos após sua morte (em 1966), como o maior defensor da imunização oral por BCG.
BCG liofilizada
Em 1972, a Fundação Ataulpho de Paiva introduziu o processo de liofilização, no qual se utiliza a desidratação para preservar princípios ativos e bactérias, congelando e retirando a água, por sublimação, sem que passe pelo estado líquido. O Instituto Viscondessa de Moraes passou, então, a produzir também a vacina BCG liofilizada, para uso intradérmico, e concentrada, para percutâneo.
O Brasil está entre os 20 países de maior carga de tuberculose no mundo, com cerca de 72 mil novos casos por ano e 4,5 mil mortes pela doença. Os estados mais atingidos são o Rio de Janeiro e Amazonas.