FAP e IVR desenvolvem projeto de hortas de laje com plantas nutracêuticas e medicinais


Horta

 

As plantas medicinais e nutracêuticas também podem ser cultivadas em hortas de laje e servir como adjuvantes na prevenção e no combate à tuberculose. É o que têm demonstrado as pesquisas realizadas por Marcela Gama, farmacêutica da Fundação Ataulpho de Paiva (FAP), em parceria com a FIOCRUZ e com o trabalho cooperativo das agentes comunitárias do Instituto Vila Rosário (IVR). No projeto piloto, Marcela constatou que se pode cultivar espécies vegetais, selecionadas para este fim, mesmo sem um terreno de grandes extensões.

“O projeto partiu de uma proposta feita no livro Tuberculose e Miséria do professor Cláudio Costa Neto [conselheiro da FAP], com quem eu trabalho na síntese de fármacos estratégicos, particularmente a tuberculose, no viés da química. No viés social, com esse projeto, pudemos constatar que, em apenas alguns meses, produzimos plantas que podem vir a contribuir para a prevenção e como adjuvante ao tratamento da tuberculose. As plantas foram selecionadas, com base na literatura, visando o efeito positivo direto ou indireto contra o Mycobacterium tuberculosis e o reforço da imunidade das pessoas, na medida em que um dos principais fatores relacionados a essa doença é a desnutrição”, destaca.

Em setembro, as agentes comunitárias do IVR puderam utilizar as plantas produzidas para a “Oficina do Alimento”, que acontece todos os meses no Instituto para ensinar à comunidade receitas que reaproveitam os alimentos, como talos de legumes e cascas de frutas. Da horta, foram colhidos tomate-cereja, couve, agrião, capim limão, gengibre, babosa, cenoura, salsa e outros alimentos.

“O pessoal aprendeu que pode plantar em casa, em caixas, na laje e em vários lugares. Além de reaproveitar os alimentos, podemos utilizá-los na cozinha no dia a dia”, disse Joseane Pereira Silva, uma das agentes comunitárias.