1 – Continuar a se submeter ao tratamento é, em muitos casos, a salvação da própria vida, pois quem o abandona dá a si, praticamente, uma sentença de morte.
2 – Não permite o aumento de lesões nas áreas atingidas pela doença.
3 – Evita que as cepas da tuberculose fiquem mais fortes e resistentes. Se o paciente desistir da terapia, mesmo que morra a maioria dos bacilos mais fraca, os sobreviventes se multiplicarão, causando a chamada tuberculose multirresistente.
4 – Possibilita em seis meses de tratamento da tuberculose pulmonar a própria cura.
5 – Não prolonga em mais 18 meses o tempo de duração do tratamento.
6 – Livra pessoas próximas dos riscos de contágio, pois reduz a cadeia da transmissão da doença.
7 – Diminui o tempo de sofrimento.
8 – Não se ilude como muitos pacientes que têm a sensação de estarem curados com dois meses de tratamento.
9 – Evita o aumento dos gastos públicos em remédios que são oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e viabiliza, indiretamente, a disponibilidade de mais profissionais do setor público para atender outros pacientes.
10 – Contribui nos avanços do combate à tuberculose, já que tem crescido o número de casos de tuberculose multirresistente no mundo.
Um dos grandes obstáculos para a Organização Mundial da Saúde (OMS) de acabar com a epidemia de tuberculose até 2035, dentro dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), está no grande índice de pessoas que abandonam o tratamento da doença. O número tolerável de evasão é, segundo essa entidade, de cinco em cada cem pacientes.
Os dados sobre casos de tuberculose no mundo causam bastante preocupação: em 2013, 1,5 milhão morreram por causa da doença e 9 milhões de pessoas a contraíram. No Brasil, a taxa de mortalidade nesse mesmo ano ficou em 2,3 óbitos por 100/mil e a taxa de incidência da doença em 35,4 casos para cada 100 mil habitantes. O Ministério da Saúde almeja reduzi-las, respectivamente, em 95% e 90%, e os primeiros passos para isso começaram a aparecer: nos últimos dez anos, o Brasil diminuiu em 22,8% a incidência de novos casos de tuberculose e em 20,7% a taxa de mortalidade da doença.
As campanhas para que as pessoas parem de deixar as terapias de cura da tuberculose devem se intensificar no país, onde cerca de 9% dos contaminados desistem de realizá-las. Diversos motivos são apontados para que isso ocorra, como a complexidade e duração do regime terapêutico; reação adversa aos remédios pelos efeitos colaterais; opções pessoais como acreditar que está curado e comodismo; falta de medicamento; assistência à saúde ineficiente; dificuldade de acesso a serviços de saúde; má qualidade dos serviços; custos e aspectos sociais e culturais.
As principais características dos que largam os tratamentos são: ausência de moradia; uso de drogas e fumo; alcoolismo; passado de abandono de tratamento; distúrbio emocional; ausência de transporte; problemas de comportamento; insatisfação com o horário de atendimento; esquecimento; falta de suporte social ou da família; analfabetismo, baixa renda e má alimentação.
Procurar se alimentar bem, manter a residência sempre ventilada e com entrada de sol, cobrir a boca quando espirrar ou tossir, não se isolar, evitar locais com aglomerações, ambientes fechados, úmidos e sem sol são alguns dos aconselhamentos para quem está em terapia da doença. Os tratamentos consistem na combinação de antibióticos durante seis meses para tuberculose pulmonar e de 18 meses a dois anos em alguns tipos de tuberculose extrapulmonar. O SUS disponibiliza-os gratuitamente. Caso ocorra o abandono da terapia, os profissionais de saúde têm que entrar em contato com o paciente onde ele estiver.