A quarentena de navio por tuberculose


Piauí2

 

Para rastreio de tuberculose em 50 passageiros, o navio hidrográfico Dom Carlos I ficou em quarentena, no início desse mês, na península de Troia, ao sul da cidade de Setúbal, em Portugal. A medida ocorreu porque uma oficial angolana, internada no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, está com a enfermidade e há suspeitas de que dois tripulantes a contraíram. A embarcação participava de exercícios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Nato, na sigla em inglês).

Esse tipo de opção por quarentena procura conter surtos epidêmicos de doenças previamente cadastradas pelas autoridades sanitárias no mundo inteiro, como os Centros de Controle de Doenças (CDC), ou proteger para que um agente infeccioso não atinja território ou grupo social. Nessa situação, os passageiros não podem desembarcar e os doentes e/ou os familiares de pessoas que apresentam determinados quadros clínicos ficam isolados em domicílios ou internados em hospitais.

A medida vale para casos extremos de tuberculose destinados à saúde da coletividade, pois normalmente não se isola pacientes como se fazia antigamente antes dos avanços terapêuticos ocorridos na década de 50. Parte-se do princípio que deve-se adotar medidas de biossegurança durante os 15 dias do início do tratamento, como o uso de máscaras até por quem está próximo do enfermo em casa. Se a terapêutica à base de combinação de antibióticos estiver a contento, o paciente não transmite mais a doença. A concentração de pessoas em um mesmo local, sobretudo nos sanatórios criados no passado para isolamento dos portadores de tuberculose, tornava o quadro epidêmico muito pior.