Carência de financiamentos para pesquisas em tuberculose


Carência de financiamentos para pesquisas em tuberculose 2

Apesar de pequena a diferença para menos de 2013 em relação a 2014, o último relatório do Treatment Action Group (TAG) aponta para a expressiva queda nas tendências de financiamentos no mundo nas investigações em tuberculose. De $686 milhões (dólar americano) passou ano passado para $674 milhões, diferença de US$ 12 milhões. De acordo com o documento, não foram contabilizas algumas fontes e, segundo o próprio autor, Mike Frick, ficou de fora a inflação. Por isso mesmo e observando os cinco últimos anos, conclui que há declínio nos financiamentos, justo no momento que a enfermidade está definida pela OMS como a mais fatal: 1,5 milhão de cidadãos morreram por causa dela no ano passado. Utiliza-se a pesquisa em tuberculose para encontrar novos diagnósticos, medicamentos e vacinas, e também para melhores formas de gerir a doença e compreendê-la biologicamente.

Considerado o período de 2005 a 2011, os relatórios do TAG demonstram historicamente recentes quedas nos financiamentos. Isso porque nos últimos cinco anos só foram dispendidos $270 bilhões em pesquisa. Na África do Sul, país que tem uma das piores epidemias de tuberculose, foram gastos somente US$ 4,7 milhões através do Centro de Pesquisa Médica, do Departamento de Ciência e Tecnologia e Fundação Nacional de Pesquisa. Em outros países onde há bem menos registros da doença, se emprega muito mais recursos para o controle e combate à tuberculose, caso do Canadá. Aliás, houve abrandamento nas investigações sobre novos medicamentos depois que a epidemia de tuberculose ficou controlada nos países ricos. Os investimentos nisso tiveram maior relevância dos anos 40 a 60, quando surgiram os medicamentos utilizados até hoje.

Enquanto os países pobres e de renda média sofrem bastante com tuberculose, o mundo se vê às voltas com a necessidade de superar inúmeras dificuldades para vencê-la, entre as quais a tuberculose resistente a medicamentos, o pouco estudo sobre isso, carência de novas drogas, embora algumas tenham chegado recentemente ao mercado, e a lentidão nos diagnósticos, pois mesmo o dispositivo mais atual chamado GeneXpert demora entre 24 a 48 horas para fornecer resultados, desde a chegada ao laboratório até a emissão. Segundo Frick, durante anos não houve drogas na fase inicial de ensaios clínicos de tuberculose e, esse ano, se teve notícia apenas de uma. Se esses produtos vêm para o mercado eventualmente, prossegue o pesquisador, é pouco provável que faça diferença significativa para o tratamento, e o pipeline — mapeamento das etapas que formam o ciclo de vendas de novos medicamentos — é efetivamente paralisado.