Pesquisa analisa presença da tuberculose na Rocinha


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A tuberculose é tratada como uma doença cotidiana e comum na comunidade da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A banalização da doença contribui para a demora na busca por diagnóstico, dificultando o início do tratamento, considerado cansativo pelos pacientes. As informações são de um estudo que está sendo feito por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). A Rocinha apresenta alta prevalência de tuberculose na cidade do Rio. As informações são da Agência Fiocruz de Notícias.

A expectativa é de que a pesquisa colabore para a formulação de estratégias para aperfeiçoar os índices de adesão ao tratamento. “Foi possível compreender percepções individuais sobre a tuberculose, assim como as principais dificuldades atribuídas ao enfrentamento do agravo”, diz o pesquisador Márcio Luiz Mello, do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC/Fiocruz.

Desafios no combate à tuberculose, o abandono e a baixa adesão ao tratamento podem abrir espaço para formas resistentes da doença, que não respondem aos medicamentos disponíveis. Sobre o abandono do tratamento, as justificativas apontadas pelos entrevistados incluem a dificuldade para conciliar a rotina de trabalho, os efeitos colaterais dos remédios e a longa duração do tratamento.

Há, também, casos de pessoas que sofrem com o estigma da doença. Pessoas chegaram a esconder o diagnóstico de familiares e de colegas de trabalho por medo de sofrer rejeição. “As atitudes de segregação podem levar as pessoas com tuberculose a se afastar de ambientes onde, até então, elas se sentiam confortáveis, como o local de trabalho, por exemplo. Conhecer a interpretação que pessoas com diferentes vivências têm da doença é fundamental”, explicou Mello.

O estudo faz parte de um projeto de pesquisa financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), que investiga os motivos para o abandono do tratamento. A iniciativa é coordenada por Anna Cristina Calçada Carvalho, pesquisadora do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC/Fiocruz. O texto completo pode ser conferido clicando aqui.

A Fundação Ataulpho de Paiva é a única produtora no país da vacina BCG, para o tratamento da tuberculose. A vacina é oferecida gratuitamente pelo Governo Federal à população, pois faz parte do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde. A produção da FAP, adquirida pelo Ministério da Saúde, atende 100% da demanda nacional. Hospitais e clínicas particulares, porém, também podem obter a BCG, através dos distribuidores credenciados.