Os vários tipos de tuberculose


1

Há predominância no Brasil de informações sobre tuberculose pulmonar, e assim os cidadãos tendem a não tomar conhecimento em relação às outras manifestações clínicas extrapulmonares. A tuberculose pulmonar desencadeia as demais, pois o Mycobacterium tuberculosis – bacilo de Koch – pode sair do pulmão ou pulmões e entrar na corrente sanguínea, indo, principalmente, a lugares do corpo com mais oxigenação.

Vários aparelhos e sistemas podem ficar comprometidos pela tuberculose, com prevalência das formas pulmonares (85%) nos países onde mais ocorre, tanto primárias como pós-primárias. O contágio acontece quando a pessoa encontra-se com o organismo fragilizado e inala gotículas espalhadas pelo ar provenientes de enfermos, geralmente por meio de tosse, espirro e fala, pela grande quantidade de bacilos de Koch.

Tuberculose pulmonar

No mundo, a cada 25 segundos uma pessoa morre por causa da doença – 9 milhões de pessoas contraíram a doença e 1,5 milhão morreram em 2013 –, e no Brasil ocorrem 70 mil novos casos a cada ano, com cerca de 4,6 mil óbitos. Em 1993, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a tuberculose como estado de emergência mundial. A doença atinge na maioria dos casos pessoas que vivem em condições de aglomeração e indivíduos cujas defesas estão debilitadas por algum motivo: desnutrição, alcoolismo, diabete, doenças infecciosas graves, em especial, as provenientes de deficiência imunológica, como a Aids.

A tuberculose pulmonar é classificada como primária quando diagnosticada em pessoas que entram em contato com o bacilo de Koch pela primeira vez. O bacilo passa a se multiplicar facilmente nos pulmões depois de 15 dias, pois não há proteção natural do organismo, e aparecem nódulos. Se não houver tratamento adequado, a doença ocasiona cavernas tuberculosas no pulmão ou pulmões – lesões como cavidades oriundas dos bacilos de Koch –, que costumam inflamar com frequência e sangrar. Tudo se origina do bacilo ingerido pelos macrófagos alveolares – células que exercem função de ingestão. Depois, ocorre o transporte do bacilo por esses macrófagos aos gânglios linfáticos, que fazem parte da defesa do organismo, na face interna do pulmão.

Quando acontece a reativação de infecção latente oriunda de anos ou décadas, a tuberculose pulmonar torna-se pós-pulmonar. Em 85% dos casos está restrita aos pulmões e a pessoa não sente.

A tuberculose pulmonar caracteriza-se pela febre vespertina moderada por mais de 15 dias; suores e calafrios noturnos; dores no peito junto ao tórax; dificuldade de respirar; mal-estar geral; tosse seca inicialmente e depois com expectoração, às vezes com presença de pus e sangue; falta de apetite, prostração; irritabilidade e perda de peso que pode atingir 10 ou 15 quilos em poucas semanas.

Conforme o Ministério da Saúde, através do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, os tratamentos da tuberculose duram em torno de seis meses, são preferencialmente ambulatoriais nas residências dos pacientes, à base de combinação de antibióticos e em 99% dos casos proporcionam cura. Entretanto, existem situações nos quais a internação torna-se necessária.

Os primeiros diagnósticos da doença têm base no conjunto de sintomas e na radiografia do tórax, e a comprovação da existência do bacilo de Koch por meio da baciloscopia ou exame de escarro. Os doentes podem apresentar tuberculose positiva quando ocorrem duas bacicolospias diretas positivas; uma baciloscopia direta positiva e cultura positiva; uma baciloscopia direta positiva e imagem radiológica sugestiva de tuberculose; duas ou mais baciloscopias diretas negativas e cultura positiva. A tuberculose negativa refere-se a duas bacicoloscopias negativas, com imagem radiológica sugestiva e achados clínicos ou outros exames complementares que possibilitem ao médico efetuar o diagnóstico de tuberculose. O paciente deve ser encaminhado para outros exames em caso de baciloscopia positiva e outra negativa.