Tuberculose parece doença do passado, mas não é. Ela é um problema de saúde prioritário no Brasil, que junto com outros 21 países em desenvolvimento, registram 80% dos casos mundiais da doença. A tuberculose é responsável por 1,5 milhão de mortes (números de 2014) em todo o mundo e, somente na região das Américas, vitimou 23 mil pessoas. No último dia 15, deputados federais do Brasil, Bolívia, México, Nicarágua, Peru e Uruguai constituíram a Frente Parlamentar de Tuberculose das Américas, grupo que buscará engajar novos deputados nas ações relacionadas ao assunto, trabalhará com a sociedade civil e pedirá aos governos que dediquem recursos financeiros às atividades de controle e prevenção.
Nenhum esforço é em vão quando falamos de tuberculose. Há mais de 100 anos a Fundação Ataulpho de Paiva (FAP) trabalha de forma incessante no combate a doença. E mesmo com avanços significativos, sabemos que essa “luta” está longe do fim.
O primeiro passo e mais importante é a vacinação. Ali, tudo começa. Única fabricante da vacina BCG no Brasil, a Fundação Ataulpho de Paiva (FAP) reitera a importância de os recém-nascidos serem vacinados logo nos primeiros dias de vida. A vacina é gratuita, distribuída pelo Governo Federal, e pode ser encontrada em postos de saúde. Esse primeiro contato, de alta eficácia reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), certamente já salvou milhares de vida e permanece essencial.
Essencial também é levar informação a todos que, por condições econômicas e sociais, estão expostos à doença. Associada ao contágio está à falta de informação, o desconhecimento e, até mesmo, a incredulidade de, nos tempos de hoje, ainda haver casos da doença. Tuberculose existe, tuberculose mata. Mas tem cura.
E a cura depende da continuidade do tratamento. O abandono da medicação tem sido um dos principais empecilhos para o cumprimento do compromisso assumido pelo Ministério da Saúde de reduzir em 95% os óbitos e em 90% o coeficiente de incidência da tuberculose até 2035. Aos primeiros sinais de melhora, os pacientes deixam o tratamento de lado, negligenciado os perigos da doença.
No Dia Mundial de Luta Contra à Tuberculose, mais uma vez nos unimos para chamar a atenção para essa doença silenciosa, porém letal. Governos, ONGs, sociedade civil, todos devemos “atacar” a tuberculose nas mais diversas frentes. A Fundação Ataulpho de Paiva (FAP) mantém um trabalho intenso de pesquisa e conscientização e busca, acima de tudo, atender àqueles mais expostos ao bacilo. Ao mesmo tempo, apoia a divulga toda e qualquer ação cujo objetivo seja levar informação, prevenção e acesso ao diagnóstico e ao tratamento da tuberculose. Reafirmamos desta forma o compromisso assumido há 114 anos e, a todo o momento, procuramos avançar, seja no trabalho científico, seja nas ações sociais.
Em 2016, com a inauguração da Fábrica de Xerém, em Duque de Caxias, a Fundação Ataulpho de Paiva (FAP) tem como objetivo ampliar a produção da vacina BCG para torna-la acessível, via Governo Federal, a uma parcela cada vez maior da população. Também pretende exporta-la para países pobres onde a doença é endêmica. O projeto incluir ainda, ampliar a fabricação de medicamentos.
Todo este esforço pode esbarrar em problemas estruturais de algumas comunidades e cidades do país e do mundo, mas certamente não nos desanimam. Na região de Vila Rosário, em Duque de Caxias, por exemplo, o índice de tuberculose já chegou a 196/100 mil habitantes. Patrocinado pela Fundação Ataulpho de Paiva (FAP) em parceria com o Instituto Vila Rosário, foi desenvolvido um trabalho de controle por intermédio da busca ativa de casos, de casa em casa, em todas as ruas da área de atuação do programa. O Projeto Sociedade de Química Fina para o Combate a Doenças Tropicais (QTROP-FAP), que existe desde o ano 2000, conseguiu reduzir em aproximadamente em 80% os índices da doença.
Ações como essas reforçam nosso sentido de existir e mostram que a associação de prevenção, informação e acesso ao tratamento podem salvar muitas vidas.